SETÚBAL – À descoberta do património: Estátua de Bocage





Estátua de BOCAGE - Praça do Bocage (Setúbal)
2 de Julho de 2014


"A estátua de Bocage foi construída com o dinheiro de uma subscrição pública feita no Brasil e foi aqui (Praça do Bocage – Setúbal) colocada em 1871.
É da autoria do escultor Pedro Carlos dos Reis, da oficina de Germano José Salles, de Lisboa.
É um monumento em mármore branco de 12m de altura, formado por uma coluna coríntia sobre quatro degraus oitavados e tendo sobre o capitel a estátua do poeta, de 2m de altura. Este é representado de casaca à girondina, tendo na mão direita uma pena e na esquerda um rolo de papel. O capitel, por sua vez, tem uma lira coroada de rosas, em cada face, entre volutas e folhas de acanto."

SILVA, Maria do Carmo Vieira da – Descobrir Setúbal: itinerários pedagógicos: uma proposta de exploração para professores. 1ª ed. Setúbal: Escola Superior de Educação de Setúbal, 1992. 113 p.



Biografia de Bocage
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) foi o poeta português mais importante do século XVIII. O grande poeta do Arcadismo em Portugal. A sua poesia individualista e pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX.
Nasceu em Setúbal, Portugal, no dia 15 de Setembro de 1765 e era filho de José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora e ouvidor, e de Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, descendente de família da Normandia, região histórica do noroeste da França.
Com 14 anos de idade, assentou praça na Marinha e em 1786 esteve no Brasil. Nesse mesmo ano viajou para o Oriente, permanecendo na Índia como guarda-marinha. Desertou, entretanto, da Marinha e passou a viver uma vida errante e boémia.
Em 1790, voltou a Lisboa e iniciou a sua atividade literária, seguindo a moda do Arcadismo, escrevendo poesias que falam de pastores, pastoras e ovelhas, além de utilizar também a mitologia clássica. O próprio nome do movimento, foi tirado de Arcádia, região da Grécia onde, segundo a mitologia, pastores e pastoras levavam uma vida inocente e feliz, em contacto com a natureza.
Bocage chegou a fazer parte de uma espécie de associação de poetas chamada “Nova Arcádia”, com o pseudónimo de Elmano Sadino.
Com o tempo, abandonou a poesia artificial e começou a falar do seu mundo interior, dos seus dramas amorosos e existenciais, numa linguagem que cativou os leitores daquela época e dos séculos seguintes, sendo o poeta mais lido em Portugal.
A sua obra é muitas vezes classificada de transitória, pois surgiu no momento marcado por grandes transformações na Europa, decorrente da Revolução Francesa e do florescimento do Romantismo. A sua poesia individualista pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia romântica do século XIX.
Bocage é um dos maiores sonetistas líricos da literatura portuguesa, junto com Camões e Antero de Quental. Escreveu todos os géneros literários do seu tempo: idílios, odes, canções, epístolas e fábulas.
Acusado de satirizar o clero e a nobreza, foi processado e preso pela inquisição. Deixou fama de poeta satírico e, com o tempo, o seu nome tornou-se sinónimo de contador de histórias picantes.
Durante o período em que esteve preso traduziu autores franceses e latinos.
Faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 21 de Dezembro de 1805.

Texto adaptado em 6 de Julho de 2014 de http://www.e-biografias.net/bocage/






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