Feira Medieval de Palmela 2018 - História
Imagem da Câmara Municipal de
Palmela
“A Feira 2018 evoca a vivência no castelo
e vila de Palmela, no século XII e primeira metade do XIII. São tempos de
guerra. Até 1217, com a conquista de Alcácer, não há paz na região; a
instabilidade em toda a região do Sado-Arrábida era pouco propícia à fixação
definitiva das populações. A vila cristã vai-se formando num compromisso, nem
sempre fácil, entre as culturas de três credos: cristãos, judeus e muçulmanos.
Até 1147, ano da primeira tomada de
Palmela pelos portugueses (cristãos), na sequência da conquista de Lisboa, os
muçulmanos habitam o castelo de Palmela sob o domínio dos almorávidas, dinastia
berbere norte-africana. A guarnição muçulmana do castelo e a população da
medina retiram-se do local. Em 1165, os portugueses tomam de novo Palmela tal
como outros castelos.
Em 1170, a vila cristã começa a tomar
forma mas é ainda difícil captar população.
D. Afonso Henriques autoriza uma
comunidade muçulmana – os chamados mouros forros – a residir no povoado;
fixam-se no arrabalde e recebem do monarca privilégios, através de um documento
conhecido como Foral dos Mouros Forros. Além dos muçulmanos forros, também
famílias de judeus escolhem viver em Palmela.
D. Afonso Henriques e seu filho Sancho
atribuíram o primeiro foral aos habitantes cristãos da vila de Palmela em 1185.
No castelo encontra-se, nessa data, instalado o poder militar cristão, dirigido
por um Alcaide e a Igreja de Santa Maria é, talvez já nesta data, a primeira
paroquial de Palmela.
Um ano depois, D. Afonso Henriques doa o
castelo à Ordem de Santiago, que aqui instala alguns freires.
Os almóadas - segunda dinastia berbere
norte-africana -, em 1191, conquistam de novo o castelo. Liderados pelo califa
Abu Yacuf Al-Mansur, atacam e devastam a fortaleza da então designada Balmala.
Instalam-se no castelo durante cerca de três anos, até as hostes régias e as da
Ordem de Santiago recuperarem Palmela para os portugueses.
A Ordem instala o seu
convento/quartel-general no castelo e, a partir dele, os freires-cavaleiros
fazem guerra de desgaste aos almóadas de Alcácer, preparando o grande confronto
de 1217: a Batalha de Qasr Al-Fath (Alcácer do Sal), de que saem vitoriosos os
portugueses. Martim Barregão era Comendador de Palmela e Comendador-Mor da
Ordem de Santiago, o mais alto estatuto da Ordem em Portugal. Este líder vai
comandar as hostes da Ordem de Santiago na referida batalha, em longa e dura
luta, travada em terra e nas águas do Sado.
Em 1218, e até meados do século XIII, a
sede da Ordem de Santiago transfere-se de Palmela para Alcácer. Na comenda de
Palmela permanecem alguns freires, liderados pelo seu Comendador. Os
freires-cavaleiros estavam quase todos mobilizados para o avanço da Reconquista
em terras do Sul, processo que terminará, no território português, no reinado
de D. Afonso III (1249).”
Texto do Programa das festas
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