Viagem a Marvão e Castelo de Vide - Ponte Quinhentista de Portagem (Marvão)







 Ponte Quinhentista - Portagem (Marvão)
 18 de Outubro de 2015


“A Ponte em Granito da Portagem, que transpõe o Rio Sever, é um dos muitos "ex-libris" do concelho de Marvão e pode ser considerada como uma das mais perfeitas obras de engenharia viária conhecidas no Alentejo.

A sua localização nas proximidades da Cidade Romana de Ammaia (freguesia de S. Salvador de Aramenha), juntamente com a presença de materiais romanos nas suas imediações, têm contribuído para que praticamente todos os autores a considerem como obra dos romanos ou do seu tempo.

Segundo Diogo Pereira de Sotto Maior refere no tratado da Cidade de Portalegre, concluído em 1619, existiria ainda no tempo dele (possivelmente nos finais do séc. XVI), uma ponte defronte da qual estava uma porta inteira. Tratar-se-ia do célebre Arco da Aramenha que Manuel de Azevedo Fortes, Governador da Praça de Castelo de Vide, mandaria transportar para aquela Vila no ano de 1710. Esta porta situava-se na área da quinta da Azenha Branca, local de maior concentração de vestígios Romanos da cidade de Ammaia. A ponte, que lhe ficaria defronte, seria obra do tempo dos Romanos, se atendermos aos vestígios que ainda hoje se encontram no local.

Informa-nos ainda o autor do século XVII que a ponte foi derrubada para evitar que por ela passassem mercadorias para Castela sem pagarem direitos. Esta ponte foi substituída por outra que na sua altura se construiu mais abaixo, junto de uma Torre que se chamava Portagem. Nesta Torre de características medievais, funcionaria a aduana de Marvão e nela se cobrariam os direitos de portagem, funcionando desde, pelo menos, o dia 1 de setembro de 1416 (Laranjo Coelho, 1988).

Conclui-se, portanto, que a vulgarmente chamada Ponte Romana da Portagem, remontará, quanto muito, aos finais do século XVI. É de crer, que a maior parte das cantarias utilizadas na construção da ponte sejam de facto Romanas, certamente reutilizações das da anterior ponte ou de outros edifícios Romanos que abundavam em ruínas na região.”


Autor do texto: Jorge de Oliveira




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