Fábulas de Esopo - O galo e a Pedra Preciosa


Galo do Monte do Olival (Palmela)
6 de Outubro de 2015


“As fábulas de Esopo sempre me fascinaram. Muitas são as lendas e versões que correm sobre este homem e as suas histórias. Dele diz-se que era corcunda, gago mas dono de uma inteligência rara.
E hoje apetece-me propor uma reflexão sobre a fábula de Esopo “O Galo e a Pedra Preciosa” que conheceu pelo menos duas versões produzidas pelo seu autor.

Para a Grécia, Esopo conta-nos da seguinte forma a fábula do galo e da pérola:
“Um galo faminto, esgaravatando no chiqueiro, procurava alimento que lhe matasse a fome. Porém, e apesar da sua insistência, o galo nada encontrava que lhe servisse para comer. Eis que senão vê uma rara pérola cor-de-rosa, brilhante e bela a sobressair do esterco. O galo olha para a pérola e diz: - Tu és linda, és a coisa mais bela que já vi mas eu antes preferia um simples grão de um cereal qualquer.”
Esta versão remete-nos para a validade dos bens consoante a necessidade e apreciação de cada um e demonstra que nem sempre o que socialmente tem mais valor é o que se ajusta às necessidades e expectativas individuais.

Já na Suméria e Babilónia, a fábula de Esopo tinha uma versão bem mais contundente.
“Um galo, esgaravatando numa estrumeira em busca de alimento, encontrou uma pedra preciosa de rara beleza. Furioso porque a pedra preciosa não lhe servia para comer, espalhou o esterco e atirou para bem longe a jóia. Frustrado e enraivecido ainda ameaçou com seu bico em riste quem produziu o lixo em que chafurdava.”
Ou seja, este galo bem mais à semelhança dos tempos modernos, destrói a beleza das coisas que não lhe servem e, ao invés de perseverar na procura, lança o lixo contra aqueles que, em seu entender, o superam em facilidades."







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