ALENTEJO: BEJA - Castelo de Beja
Castelo de Beja
5 de Maio de 2014
5 de Maio de 2014
Nota
Histórico-Artística
"A cidade de
Beja apresenta uma longa história que se alicerça em torno do atual castelo. A
Pax-Júlia romana estruturou-se a partir de uma pequena elevação onde se pensa
ter existido um oppidum. Esta primitiva muralha é ainda bastante desconhecida,
devendo ter planta quase circular, nas palavras de André de Resende, mas cuja
real dimensão e tipologia ainda não está definida.
As informações que depois nos chegaram relativas à Alta Idade Média revelam-se
ainda menos esclarecedoras. No século V, a disputa aberta entre Visigodos e
Suevos chegou às portas de Beja. Durante o período islâmico, as múltiplas
rebeliões internas que eclodiram na cidade fizeram com que as tropas fiéis ao
Emirato e ao Califado atacassem as suas muralhas, ações que ditaram mesmo o
início do declínio de Beja no contexto regional do Sudoeste Peninsular. E mesmo
em 1162, Fernão Gonçalves e alguns cavaleiros de Santarém, apoderaram-se da
região durante escassos anos. Neste panorama, é certo que a primitiva cerca
romana foi parcialmente destruída e refeita mais que uma vez, mas a rigorosa
análise do existente e do arqueológico não está ainda efectuada.
Indicações mais concretas sobre o Castelo de Beja datam já do período
português, mais concretamente do reinado de D. Afonso III, a quem se deve a
reconstrução do castelo e respetiva atualização arquitetónica, com vista às
novas exigências de guerra. As obras, contudo, haveriam de se prolongar pelo
reinado de D. Dinis e ainda, em 1372, D. Fernando ordenava ao mestre da Ordem de
Santiago que procedesse a obras na fortaleza.
A localização estratégica da cidade na vasta planície do Baixo Alentejo demonstrou
a importância do Castelo de Beja ao longo dos séculos, sendo mesmo restaurado
na segunda metade do século XVI, quando a sua tipologia medieval se mostrava já
obsoleta perante as exigências pirobalísticas do momento. Em total decadência
no século XIX, altura em que passou a servir de prisão militar, o castelo foi
integralmente restaurado pela DGEMN nos meados do século XX, desafogando-se
então as suas muralhas de construções então adossadas e beneficiando-se
extraordinariamente a sua torre de menagem.
De planta pentagonal, o castelo afonsino-dionisino compunha-se de duas portas
fundamentais, abertas a nascente e a poente da alcáçova, e seis torres
defensivas, uma das quais a de menagem. Bastante mais complexa era a cintura de
muralhas que delimitava o núcleo urbano, uma cerca que integrava mais de
quarenta torres e quatro portas principais (portas de Évora, de Mértola, de
Avis e de Aljustrel) a que se acrescentaram mais três com o correr dos séculos
(portas de Moura, de São Sesinando e da Corredoura). Crê-se que esta cintura de
muralhas foi implantada sobre as antigas estruturas defensivas romanas (ESPANCA,
1993), mas também aqui não possuímos conclusões inteiramente seguras.
Atualmente, a imagem mais importante deste castelo é a sua imponente torre de
menagem, estrutura quadrangular bastante robusta, edificada no reinado de D.
Dinis (de finais deste reinado segundo Mário BARROCA, 2002, p.84), de que terá
mesmo existido uma lápide a indicá-lo. Com algumas obras nos séculos XIV e XV,
esta torre organiza-se a três registos, sendo o último rodeado por ampla
varanda assente em matacães, uma tipologia que encontramos poucos anos antes na
igualmente majestosa torre de menagem do castelo de Estremoz."
Texto capturado em 25 de Maio de 2014 de:
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/69867/
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