Igreja de S. Julião, Matriz de Setúbal
Nota Histórico-Artística
No
interior, e segundo se pode deduzir das palavras de alguns cronistas, as três
naves da igreja quinhentista estariam divididas por arcos ogivais assentes em
pilares oitavados (SILVA, J. Custódio Vieira, 1990, p. 72); da reformulação
maneirista resultaram os actuais arcos redondos sobre severas colunas de secção
quadrada, com capitéis jónicos. As naves são cobertas por tecto de madeira. A
capela-mor, oitocentista, é coberta por abóbada de lunetas e conserva o
retábulo barroco, da mesma época dos azulejos que formam silhares nas naves
laterais, retábulo esse que substituiu um anterior, realizado em 1716 por José
Rodrigues Ramalho e destruído pelo terremoto, e que sucedera por sua vez ao
retábulo manuelino, do qual resta a belíssima tábua Criação do Homem, atribuída
à oficina de Gregório Lopes. Para além desta tábua, a igreja guarda ainda uma
grande tela de Pedro Alexandrino, e várias peças de ourivesaria, incluindo um
cofre dos Santos Óleos com o brasão de D. Jorge de Lencastre, evocando a antiga
situação de proximidade deste templo, como já vimos, com o palácio do Duque de
Aveiro e Mestre de Santiago. É mesmo provável que o retábulo quinhentista tenha
sido encomenda da Ordem de Santiago. SML
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