MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia - História
MAAT, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Lisboa - 4 de agosto de 2019
“A intenção era criar uma nova ligação entre a cidade
e o rio. E surgiu um miradouro, amplo e aberto, virado para a foz, mas isolado
da cidade. A intenção era criar um novo ponto de referência da arquitetura
contemporânea. E surgiu um edifício extenso, ainda inacabado, mas que se
inaugurou para coincidir com a Trienal de Lisboa. A intenção era criar um novo
museu para a arte contemporânea, arquitetura e tecnologia. E surgiu um espaço
museológico à espera de confirmar como museu.
O projeto é de autoria da arquiteta britânica Amanda
Levete. Entre 1989 e 2009, Levete esteve ligada à Future Systems, fundada, em
1979, pelos arquitetos Jan Kaplický1
e David Nixon, e que se distinguiu pela inovação e experimentalismo de uma
arquitetura orgânica e “blob”, aliada à utilização de alta tecnologia. O
projeto para o Lord’s Media Centre (também conhecido como J. P. Morgan Media
Centre), em Londres, o primeiro edifício integralmente construído em alumínio e
com estrutura aerodinâmica semimonocoque, recebeu o Stirling Prize, em 1999. Em 2009, rompendo com a estética blob
de Kaplický, optando por uma via mais racional, Amanda Levete uma fundou a AL_A, responsável pela expansão
do Victoria and Albert Museum, pelo Central Embassy, um centro comercial com
hotel de seis estrelas, em Bangkok, ou por um novo Maggie’s Centre para o
tratamento do cancro, em Southampton, ao mesmo tempo que desenvolvia o projeto
para o MAAT (cf. AL_A, 2015).
“Acting
as the gateway to Belém, the building will be a magnet, drawing people from the
heart of the city and the currently neglected riverfront. […] It is the product
of the relationship between context (river), circumstance (high tides) and building
(centre). We make explicit the relationship between the building and the water,
taking the steps down into the river which are immersed at high tide.” (AL_A, 2015, p. [6])
No projeto do MAAT, Levete mantém a arquitetura de
tónica orgânica, numa versão de formas mais distendidas e fluídas, mas
introduz-lhe uma intencionalidade vernácula através da utilização da cerâmica e
da pedra, nos revestimentos.
O edifício alonga-se como uma lomba fronteira ao Tejo,
com uma cobertura que se inclina numa curva suave até tocar o chão. No ponto
mais elevado, esta cobertura, uma superfície arredondada revestida a pedra
lioz, numa pretendida analogia com as calçadas de Lisboa, prolonga-se numa pala
saliente que a transforma num vasto terraço sobre o rio. Começa a
definir-se aqui um novo espaço público, simultaneamente, fórum cívico e
deambulatório urbano.
“We’ve
designed a bridge that goes from the roof – now a vast public arena – over the
rail tracks and the highway, and lands in the square. So there’s a literal
connection to the city, but also a more metaphysical connection: when you’re on
the roof, you can either enjoy the fabulous views across the water or turn your
back on the water and look to the city.” (Levete, cit. in
“MAAT: Lisbon’s new cultural dynamo”, 2016, 29 set.)"
Texto
capturado em 11 de agosto de 2019 de https://amusearte.hypotheses.org/1512
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