PRIMAVERA - Desenhos, cores e poesia: Uma casa para a Mamã
Uma casa para a Mamã - Hugo 8 anos
As portas
Ninguém
se lembra
que a porta de casa tem duas caras:
a de dentro e a de fora.
Se uma ri, a outra chora.
que a porta de casa tem duas caras:
a de dentro e a de fora.
Se uma ri, a outra chora.
A
de dentro está aconchegada,
sente o calor da lareira e das pessoas,
sabe o que há para o jantar,
cheira e vê as coisas boas.
sente o calor da lareira e das pessoas,
sabe o que há para o jantar,
cheira e vê as coisas boas.
A
de fora dorme à chuva,
gela de frio e de tristeza.
Recebe os golpes do vento
e o chichi dos cães vadios,
as pancadas do carteiro,
que bate sempre três vezes,
e a perícia dos ladrões,
que não batem nenhuma.
gela de frio e de tristeza.
Recebe os golpes do vento
e o chichi dos cães vadios,
as pancadas do carteiro,
que bate sempre três vezes,
e a perícia dos ladrões,
que não batem nenhuma.
(…)
Agora
um segredo: ficam a saber
que as duas caras da porta não são muito dadas,
o que não admira: não se podem ver.
Estão sempre de costas voltadas.
que as duas caras da porta não são muito dadas,
o que não admira: não se podem ver.
Estão sempre de costas voltadas.
As
duas são a porta da casa
mas a de fora vive na rua
e a de dentro é quem lá mora.
mas a de fora vive na rua
e a de dentro é quem lá mora.
Ninguém
se lembra que a porta
tem duas caras.
Se a de dentro ri, chora a de fora.
tem duas caras.
Se a de dentro ri, chora a de fora.
Álvaro Magalhães in Poesia para todo o ano
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