Ode ao Azeite

Monte do Olival (Palmela)
30 de junho de 2021
 


Ode ao Azeite

 

A oliveira

De volume prateado,

Severa e suas linhas,

Em seu torcido coração terrestre:

As graciosas azeitonas

Polidas pelos dedos que fizeram

A pomba e o caracol marinho:

Verdes, inumeráveis,

Puríssimos mamilos da natureza,

E ali nos secos olivais

De onde tão-somente o céu azul com cigarras,

E terra dura existem,

Ali o prodígio,

A cápsula perfeita da oliva

Preenchendo com suas constelações as folhagens,

Mais tarde as vasilhas, o milagre,

O Azeite.

 

Pablo Neruda






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