Feira Medieval de Palmela - Momento de boas vindas pelo Mestre da Ordem de Santiago D. Fernando Afonso de Albuquerque





Momento de boas vindas pelo Mestre da Ordem de Santiago D. Fernando Afonso de Albuquerque
Castelo de Palmela - 25 de Setembro de 2015


Enquadramento histórico

“O século XIV é marcado por grandes convulsões nos reinos europeus: guerras, epidemias – a Peste Negra é a mais mortífera - e fome reduzem população, destroem relações económico-sociais, dando força a mercadores, mesteirais e a levantamentos da «arraia-miúda e ventres ao Sol». Prepara-se uma nova época, que será marcada pela expansão marítima e pelo encontro com outros territórios e povos.

Em Portugal, a morte de D. Fernando (22.10.1383) cria um problema sucessório: uma crise dinástica. A sua filha D. Beatriz, herdeira do trono, é casada com João, rei de Castela. A independência nacional é posta em perigo. A rainha viúva, D. Leonor Teles, assume a regência do reino, e é favorável - bem como o seu amante galego conde Andeiro -, à união de Portugal a Castela. Portugal divide-se: uns, a favor de D. Beatriz e do rei de Castela; outros, pelo infante D. João, filho de D. Pedro e de D. Inês de Castro; outros, pelo filho ilegítimo de D. Pedro e Teresa Lourenço, também João, Mestre de Avis.
De forma sucinta, podemos dizer que a nobreza se divide e, amiúde, muda de partido. O Mestre da Ordem de Santiago, à data D. Fernando Afonso de Albuquerque, bisneto de D. Dinis, é pela rainha num primeiro momento, embora no final do ano de 1383 tome partido pelo Mestre de Avis, talvez com receio de a Ordem perder a autonomia face ao ramo de Castela. À burguesia em ascensão não agrada o domínio político e económico castelhano.
Os povos de muitos concelhos gritam: - Portugal! Portugal! P'lo Mestre de Avis.
João, Mestre de Avis – que será aclamado Rei D. João I, nas Cortes de Coimbra, em Abril de 1385 – vai reunindo consenso nacional e é proclamado, em Lisboa, ainda em 1383, Regedor e Defensor dos Reinos de Portugal e do Algarve, depois de ter abatido o conde de Andeiro no Paço da Rainha. O Rei de Castela entra em Portugal e ganha terreno. Recolhem-se fundos para a luta contra Castela, pela causa portuguesa; todos contribuem: a população em geral, a comunidade judaica, a Sé de Lisboa, a cidade do Porto, muitos concelhos, mesteirais e mercadores do Alentejo. Também Inglaterra apoia Portugal – uma embaixada constituída pelo Mestre da Ordem de Santiago e pelo chanceler-mor Lourenço Eanes Fogaça estreita relações entre os dois reinos.
Setembro de 1384. Lisboa está sitiada pelos castelhanos. A Peste Negra mata 100 a 200 castelhanos por dia; faltam víveres entre os portugueses. Mestre de Avis precisa de reforços militares, cercado por mar e por terra.
Palmela é uma vila com poucos habitantes. A sede da Ordem de Santiago está instalada em Alcácer do Sal, apesar da importância geo-estratégica do altaneiro morro. Vindo vitorioso de Atoleiros, com suas tropas, «Nuno Álvares Pereira desloca-se a cavalo para Palmela onde mandou acender as almenaras, às quais respondeu O Mestre em Lisboa, com lumes, pois outra fala antre eles haver não podia.»
O fogo é a esperança emitida de Palmela para a Capital!
O Mestre de Avis responde ao sinal!
Em Palmela, vive-se um período de Paz da Feira, que favorece os mercadores que acorrem à vila, por onde circulam também muitos pobres, goliardos, saltimbancos e outros visitantes à procura de víveres e de muita festa!...”

Texto capturado em 27 de Setembro de 2015 de: http://www.cm-palmela.pt/pages/1739




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