Arte pastoril do Alentejo (3)
Arte pastoril - Artesão do Distrito de Beja
"Na
solidão da sua vida de nómada, o pastor é também um poeta popular, criando
sobretudo décimas e quadras que regista no livro vivo da sua memória:
Àlém ò pé do redil
Uma pedra me espera.
Sentado ali sem dormir,
Górdando o gado da fera.
Assente-se aqui, menina,
À sombra do meu chapéu,
O Alentejo não tem sombra,
Senão a que vem do céu.
As árves que o mundo tem
Cubro-as c’o meu chapéu.
Diga-me cá por cantigas
Quantas ‘strelas há no céu?
Sobe o rei no alto trono,
Desce o pastor ao val’ fundo;
Uns p’ra baixo, outros p’ra cima
Vai-se assim movendo o mundo.”
Recolhas de Manuel Joaquim Delgado em Beja e Ferreira do Alentejo
Hernâni
Matos (texto adaptado)
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